domingo, 9 de junho de 2013

De coche a coaching (2)

De coche a coaching (2)


 
As atividades de coaching começaram a ser usadas na Grécia antiga quando filósofos importantes da época realizavam processos de perguntas que levavam as pessoas a refletir e chegar a conclusões. Criando novos entendimentos, novas opções e novas posições de opinião ou mesmo novas alternativas, melhorando suas competências para formar seus processos de tomadas de decisão.

O termo coaching surgiu na Idade Média referindo-se a aquele individuo que conduzia o coche, um carro fechado, mas também aquele que adestra e treina os animais que serão atrelados a um coche, para executar o serviço de tração no transporte. Hoje a atividade de coaching consiste em treinar, dar dicas e preparar, a partir de uma interação entre o cliente e o treinador, na busca de novas interpretações e novos conhecimentos. Por fim o cliente adquire informações e conhecimentos, não do treinador, mas de si próprio, estimulado pelo coach, o treinador.

Um cocheiro experiente é aquele que conhece os caminhos, os perigos das trilhas, os atalhos e os desvios das estradas, a capacidade de carga de cada coche e o valor de cada carga. Cada carga deve ser acomodada de acordo com seu embarque e seu destino. Cada jornada tem uma rota com escalas de cargas, descargas e abastecimentos. Depois de tantas viagens e diversas cargas transportadas é capaz de planejar e calcular, tempos e movimentos de cada percurso em caminhos a serem percorridos. Torna-se um estrategista.

A língua espanhola manteve o termo coche em transportes para designar o automóvel, como também em La lengua de España, em espanhol, é mais correto dizer que se conduz um veiculo do que falar que dirige o veiculo, mantendo a condição do cocheiro que ‘conduz o coche’ e não ‘dirige o coche’. É um erro grave dizer em língua espanhola que dirige-se um carro, um interlocutor atento e defensor da língua corrigirá a frase no ato, o correto é manejar ou conduzir o veiculo, dependendo da região.

Hoje a carga a ser transportada é outra, e o meio de acomodação e transporte é outro também. A carga mais preciosa a ser transportada é o saber e o conhecimento, nas malas de mentes e cérebros, procurando acomodar bem a carga para que ela seja descarregada e manipulada onde e quando for necessário.

A atividade de coaching é uma parceria interativa entre o profissional treinador (Coach) e o cliente (Coachee), visando a produção de um conhecimento, e não o ensino, auxiliando pessoas e equipes a chegarem a resultados, gerando novas perspectivas e novas oportunidades.

O profissional de coaching deve ser ético, ter segurança e maturidade para distinguir e definir pontos fortes e fracos, pontos positivos e negativos. Traçar metas e objetivos, como em um mapa escolher as melhores estradas identificando e escolhendo postos de parada e de abastecimento, tudo de acordo com as cargas e conhecimentos a serem transportados, destinos e o meio a ser utilizado.

Depois de usos e desusos de minerais, vegetais e animais, foi gerado um saber e um conhecimento, e é este saber que deve ser acomodado e transportado no cérebro das pessoas. El cambio e transporte de informaciones tiene ahora otro coche, el cérebro.


Jornal de HOJE

 
Natal - Parnamirim/RN ─  09/06/2013
 
 
 
Roberto Cardoso
(Maracajá)
 
 
Cientista Social
Jornalista Científico
 
Sócio Efetivo do IHGRN
(Instituto Histórico e Geográfico do Rio Grande do Norte)